CATEGORIA MEMÓRIAS LITERÁRIAS
Escola: Núcleo
Deolindo Zílio
Professora: Ione Buth
Aluno: Lucas Paludo
Data: 25/07/2014
Uma Bela Vista
Vivíamos numa pequena
cidade do Oeste de Santa Catarina, que se chamava Seara, sua geografia é de
montanhas e morros, um deles morava minha família, que éramos doze irmãos, eu
era o caçula, hoje esse morro se tornou um bairro chamado Bela Vista, o qual
justifica o título de meu texto;
Nesta família
numerosa a diferença de idade entre meus irmãos era entre um e dois anos de
idade e por isso as brincadeiras contavam com a participação de todos, as
nossas tarefas eram divididas entre trabalho, escola e diversão, ou ir para a
escola com um calçado conga (tênis multiuso usado para ir à igreja, jogar bola
e ir a escola), falando em escola a minha mochila era personalizada, um saco de
açúcar cristal.
As longas tardes de
domingo que reuniam os meninos da vizinhança, para jogar futebol no meio dos
pinheirinhos onde nos exigia muito malabarismo para driblar os adversários e as
árvores, na hora do descanso nós íamos sentar embaixo dos pés de bergamota onde
comíamos em abundância, havia frutas para todos os gostos, laranja, lima,
tangerina e bergamota do céu, as mais disputadas, pois a árvore não possuía
espinhos e todos nós subíamos para deslizar em seus galhos sem nenhum aranhão.
Um tesouro guardado
às sete chaves era o caquí coração de boi, que era colhido ainda verde para
amadurecer, cada um tinha a sua abobora escondida para saborear assim que os
frutos ficavam maduros.
Outra brincadeira que
eu me lembro era o carrinho de rolamento que usávamos para descer o moro Bela
Vista, disputando campeonato de corrida.
No fim da tarde com o
sol se pondo ouviam-se os gritos da vó italiana chamada carinhosamente de nona
para ir entregar o leite que era ordenhado manualmente por ela, vem
carinhosamente e claramente na memória a forma da sacola que entregava o leite
chamada de mala, uma espécie de coletes com bolsos verticais onde cabiam quatro
litros na frente e quatro litros atrás.
Voltando para casa já
bem tarde depois de um longo dia de aventuras, a fila para o banho era longa,
pois todos queriam sentar ao redor do fogão a lenha e saborear a deliciosa
comida feita na panela de ferro pela nona. Quando acabava o jantar a família ia deitar e a nona rezava
com os filhos, pedia proteção a Deus nos preparar para uma nova jornada no dia
seguinte.
.............................................................................................................................................
CATEGORIA CRÔNICA
Escola Núcleo Deolindo Zílio
Professora: Maria Helena Ferreira
Aluno (a): Grasiele Mota
Série: 8ª
Nostalgia
Sábado fazia um belíssimo dia e eu
estava lá, no sétimo dia do mês de Setembro à festejar junto a minha cidade. O
sol tingia o céu, colaborando para que ali toda gente honesta que se
encarregava da responsabilidade de fazer nossa cidade crescer, simplesmente
deixasse de lado suas magoas e lapidasse no rosto um sorriso que vai muito além
da obrigação de resgatar as tradições desse lugar. E reparem, que belo lugar!
Só há matas e montanhas por aqui, mas me dei conta de que não há nada mais belo
do que as matas e montanhas que nos rodeiam e afagam de forma protetora e
sublime os cidadãos que aqui residem. É simplesmente a terra mãe!
E é justamente este o tema dos
alunos que vêm descendo a avenida, as crianças e jovens uniformizados de verde
exalam alegria nos seus olhares. Notei uma formosa senhora que atentamente
observava tudo de cima de um prédio, era dona Maria do 2º andar que aplaudia,
sorria e acenava para os estudantes. Todo ano aquela senhora de 86 anos,
prestigia e enaltece o desfile cívico da nossa cidade.
Logo ali na praça vinha chegando o
pipoqueiro, um senhor bem humorado que já não tão jovem ficava a enrolar seus
bigodes fininhos e grisalhos enquanto espera a freguesia. Um tanto atrapalhado,
sempre derrubava algo e conseguia arrancar gargalhadas de quem estava a sua
volta. Do outro lado da rua, aproximaram-se a vendedora de quitutes, o
sorveteiro e alguns camelôs persistentes que exibiam suas bugigangas ao ar
livre. Um misto de cores fluía aos poucos na avenida. Quem ficou em casa está
acompanhando os programas radiofônicos de Seara e região, há sempre quem narre
o desfile que reúne e intensifica a convivência do nosso povo.
É como dona Maria costuma falar: “um
velho e corriqueiro radio de pilha, com sua gigantesca e luxuosa atração.
As crianças menores ficam a brincar
na praça, embaladas pelo vento sobre os balanços coloridos. São cores e mais
cores, enquanto outras, simplesmente correm para não perder a próxima
apresentação.
Aquilo tudo estava me causando um
frisson inarrável, como se toda a sutileza ao redor estivesse sobreposta para o
agrado das pessoas... Foi então que eu ouvi algo que despertou-me daquele
pequeno transe:
- É hora da nossa
fanfarra!
E as
pessoas vidradas prestavam atenção na banda que vinha surgindo timidamente
entre a multidão, vestidas com suas vestes azuis, cor da mais bela borboleta
que aqui há. Com seus instrumentos melódicos a exalar um som suave e mesclado
de acordes, desacordes, graves, agudos, bemóis e sustenidos.
Em um
impulso voltei a olhar para cima e avistei que os olhos da dona Maria brilhavam
e dançavam em êxtase a acompanhar a melodia. É uma pena que o tempo passe tão
rápido, se não fosse esse, creio que aquela senhora estria a dançar não só com
os seus belos olhos envelhecidos...este ano os pequenos grandes músicos homenagearam
Fritz Plaumann, o homem que por sua magnitude resolveu explorar esse chão,
deixando como um dádiva um dos maiores museus entomológicos da America Latina
em nossa “cidadezinha”.
Grande
Fritz, caçador de borboletas azuis, inigualável!
Eu pude
ouvir a doce voz de dona Maria.
E os
risos pairavam sobre as ruas a acompanhar o som da banda, percorria o som
apostando corrida com o vento. Naquela avenida estreita coube inteira a nossa
imensa alegria.
E
foi-se a minha tarde naquela rua e as pessoas que remeteram-se a um momento
mágico e transcenderam a viver este momento, eram as mesmas que iam partindo
aos poucos levando consigo a alegria da rua e despindo-a do calor humano e dos
risos que se ouvia. Todos retornam aos seus lares com suas famílias. Acabou a
poesia, acabou o som da fanfarra.
Logo a
noite cobria a avenida pacata e a cidade tranquilamente adormeceu.
Jovem
como sou, desejei naquele dia, presenciar esse acontecimento anual para o resto
de minha vida! Quando estive finalmente a sós com meus pensamentos, pude
reparar que talvez para aquela senhora este fosse um dos últimos dias que ela
pudesse presenciar. Contudo, sei que assim como eu, está ela a pensar e esperar
desde já, pelo desfile do próximo ano.
Ah,
essa nostalgia melancólica..
...................................................................................................................................
CATEGORIA POEMA
Escola Núcleo
Deolindo Zílio
Professora: Ione Buth
Aluna: Nathalie
Cristina Pereira Buth
Série: 5º Ano
O
lugar onde vivo
Toda manha quando
abro a janela,
Vejo
a mais bela cara,
A
de Seara,
Da
cidade mais bela
Seara,
terra produtiva,
Em seu sexagenário,
gritamos viva!
Fritz Plaumann e seus
insetos,
Dona Viúva Nute e
seus objetos!
Todos acham que outra
Seara não tem igual;
É verdade, ela é como
uma estrela no espaço cideral!
Aqui tem muitas
cores,
Cores e deliciosos
sabores!
Seara é onde quero
viver,
Até o dia que o céu
descer,
Já que isso não vai
acontecer...
Em Seara quero
morrer!
Seara, beleza
inigualável!
É preço impagável!
Nenhum comentário:
Postar um comentário